sábado, 8 de fevereiro de 2014

A morte da poesia

Uma mulher, uma cadeira de ferro,
Uma mesa de ferro, um chá açucarado,
Um livro aberto na mão.
Paris.

A chuva inunda o pátio.
Inunda a xícara.
Molha a mulher e o livro.

Se ela for embora,
O livro desaparecerá com ela,
O chá perderá o sabor com a chuva.
O chá não pertencerá a ninguém.

Se levarem o chá,
A vida da mulher perderá o sabor.
Ficará com a metade do prazer.

Se a chuva faz desaparecer as letras do livro,
Fugirão as lembranças da leitura.
Desaparecerá a vida da mulher.

Se a chuva parar de molhar,
A aventura cessará seus encantos
E a única coisa que a mulher poderá sentir
Será a cadeira de ferro e a mesa de ferro.
Sem chuva a poesia também morrerá.

Se não houver poesia,
Não haverá o que pensar.

(J.K.Worm)

2 comentários:

FÁBIO LUÍS STOER disse...

Olá Joice,

que belo escrito, isto revela um bom pensamento, e também um grande sentimento, resumindo, tudo isso somente poderia partir de uma grande pessoa.
Parabéns.
Fábio Stoer

Unknown disse...

Grande Fábio :-) Saudades de ti, meu querido. De vez em quando lhe faço uma visita, mas da última vez notei que não havia forma de comentar. Aproveito para te deixar aqui um grande abraço, na esperança de que um dia venha buscá-lo :-) Muac!